Taiwan não quer o modelo chinês de “um país, dois sistemas” e deve preservar sua liberdade e democracia, além de manter a determinação de se defender, afirmou o presidente Lai Ching-te nesta sexta-feira, rejeitando a mais recente tentativa de Pequim de trazer a ilha sob seu controle.
Nesta semana, a China declarou que “definitivamente não” descarta o uso da força contra Taiwan, adotando um tom mais duro em relação a artigos anteriores da mídia estatal que prometiam uma administração benigna caso a ilha aceitasse o modelo de autonomia aplicado em Hong Kong e Macau.
Durante uma visita a uma base militar em Hukou, no norte de Taiwan, Lai — considerado por Pequim como um “separatista” — disse aos soldados que apenas a força pode garantir a verdadeira paz. Segundo ele, aceitar as exigências de um agressor e abrir mão da soberania não traria paz. Por isso, Taiwan deve manter sua posição com dignidade e determinação, rejeitando a anexação, agressões e qualquer tentativa forçada de unificação. Lai reiterou a rejeição ao modelo de “um país, dois sistemas”, afirmando que Taiwan continuará a defender seu sistema constitucional livre e democrático.
O Escritório de Assuntos de Taiwan da China não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário.
Nenhum dos principais partidos políticos de Taiwan apoia a proposta chinesa. Lai reforçou que a República da China — nome oficial de Taiwan — e a República Popular da China “não são subordinadas uma à outra”, e que a soberania de Taiwan não pode ser violada ou anexada, sendo seu futuro uma decisão exclusiva do povo taiwanês. Ele também destacou que a defesa da soberania e do modo de vida democrático e livre dos taiwaneses não deve ser vista como provocação, e que investir em defesa nacional é investir na paz.
O presidente prometeu aumentar os gastos militares para 5% do PIB até 2030, fortalecendo as defesas da ilha diante da crescente ameaça da China. A visita de Lai à base militar marcou a cerimônia de incorporação do primeiro batalhão de tanques M1A2T Abrams de Taiwan, fabricados pela General Dynamics Land Systems, uma unidade da empresa norte-americana General Dynamics. Até agora, Taiwan recebeu 80 dos 108 tanques encomendados aos Estados Unidos, seu principal aliado internacional e fornecedor de armas, apesar da ausência de laços diplomáticos formais.
Os tanques M1A2T são capazes de disparar projéteis antitanque de alto poder explosivo e munições de energia cinética, como os perfurantes estabilizados por aletas.
Embora a legislação dos EUA obrigue o país a fornecer meios para que Taiwan se defenda, o presidente americano Donald Trump ainda não aprovou novas vendas de armas desde que assumiu o cargo no início deste ano.
Em paralelo, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, encontrou-se com o ministro da Defesa da China, Dong Jun, em Kuala Lumpur nesta sexta-feira. Na reunião, Hegseth expressou preocupações dos Estados Unidos sobre as atividades chinesas em torno de Taiwan e também no disputado Mar do Sul da China.
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