O oposicionista venezuelano Leopoldo López acusou nesta segunda-feira (27) Gustavo Petro de se tornar “o principal porta-voz internacional de apoio à ditadura de Nicolás Maduro” e sugeriu que isso pode ocorrer porque, segundo ele, o presidente da Colômbia pertence “à mesma estrutura criminosa” do chavista.

“O que surpreende é que Petro se tornou o primeiro porta-voz internacional em apoio à ditadura de Nicolás Maduro e, claro, isso deve ter uma motivação por trás: ou Petro faz parte dessa mesma estrutura criminosa, ou se beneficia dessa estrutura, ou tem algum interesse que o esteja beneficiando”, disse López em entrevista coletiva em Madri, onde está exilado desde 2020.

López lembrou que a oposição venezuelana denuncia há anos que Maduro faz parte de uma estrutura criminosa dedicada ao narcotráfico, contrabando, mineração ilegal e comércio ilegal de hidrocarbonetos, motivo pelo qual aplaudiu o fato de os Estados Unidos reconhecerem como terrorista o Cartel de los Soles e o suposto envolvimento de Maduro nesse grupo.

O governo de Petro é um dos que duvida da existência do Cartel de los Soles e tem se mostrado muito crítico em relação às ações militares que os Estados Unidos lançaram no Caribe contra embarcações venezuelanas acusadas de traficarem cocaína, ataques que nas últimas semanas se estenderam também a embarcações colombianas no Pacífico.

Para López, “é surpreendente a forma como Petro tem apoiado a narrativa de Nicolás Maduro, a narrativa da ditadura em relação ao que está acontecendo”.

Ele defendeu que essas ações militares dos Estados Unidos não são “contra a Venezuela”, mas contra o Cartel de los Soles. Além disso, reafirmou o que disse na semana passada em uma entrevista à Agência EFE, sobre apoiar qualquer ação que sirva de pressão para a saída de Maduro do poder.

López chegou a afirmar que veria com bons olhos um ataque dos Estados Unidos em solo venezuelano que acabasse com Maduro, o que mobilizou a ditadura chavista a ameaçá-lo com a retirada de sua cidadania.

“Sim, concordo que sejam tomadas todas as medidas necessárias para neutralizar o Cartel de los Soles e quem o lidera, que é Nicolás Maduro e Diosdado Cabello”, disse nesta segunda-feira (27), acrescentando que não tem dúvidas de que contaria com o apoio da maioria da população venezuelana.

O regime venezuelano anunciou no sábado passado que iniciou o processo de retirada da nacionalidade de López, a quem acusa de pedir uma “invasão militar” e também pela suposta “promoção permanente do bloqueio econômico” e “o chamado para assassinar em massa os venezuelanos em cumplicidade com governos e inimigos estrangeiros”, segundo informou a vice do regime chavista, Delcy Rodríguez.