O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino relatou que um homem tentou invadir a Corte e ameaçou matá-lo junto com os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Em tom de brincadeira, Dino sugeriu que o invasor deveria respeitar a ordem de antiguidade, com isso, Gilmar seria o primeiro.
“Outro dia chegou um lá na porta do Supremo, pulou as grades e disse: ‘Eu vim aqui matar Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Flávio Dino’. E aí foi aquela confusão, corre a segurança, prende, etc”, disse.
“A tarde, um ministro comenta com o outro. O que que eu disse? ‘Queridos, vamos botar na porta do Supremo a placa com os nomes de todos os 11 e vamos colocar em ordem de antiguidade, e exigir que essas pessoas respeitem a antiguidade’. E eu disse: ‘Gilmar tu vai primeiro, eu sou o último’”, acrescentou Dino.
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O relato foi feito durante o 28º Congresso Internacional de Direito Constitucional, promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), fundado por Gilmar. A plateia reagiu rindo. Lembrando da “Oração do Bom Humor”, de São Thomas More, o ministro apontou que o papel do bom humor é desconstruir o ódio.
O episódio citado por Dino ocorreu em setembro deste ano, após o julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a mais de 27 anos de prisão por suposta tentativa de golpe de Estado. Na ocasião, um homem chegou a uma das entradas da Corte e exigiu ser levado aos ministros.
Ele foi abordado pela polícia, que encontrou uma faca em sua mochila. A ocorrência foi registrada e o homem foi liberado em seguida, segundo apuração do portal Poder360.
Durante o evento do IDP, Dino defendeu a regulação das redes sociais e citou outras ameaças. “Nós recebemos manifestações gentis do tipo: ‘Você merece ser esquartejado e ter os pedaços do seu corpo espalhados por toda a Esplanada dos Ministérios’. Eu já recebi uma assim. Eu pensei que, além de tudo, vai dar muito trabalho, porque eu sou grande”, ironizou.
Ameaças contra o STF
No dia 13 de novembro de 2024, Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiu França”, tentou entrar na Corte carregando artefatos explosivos. Francisco, que tinha 59 anos, morreu após detonar um artefato próximo à própria cabeça em frente ao edifício-sede do STF.
Houve também uma explosão no carro usado por ele que estava estacionado perto do Anexo 4 da Câmara dos Deputados. Em abril deste ano, a Polícia Federal concluiu que Francisco agiu sozinho. Segundo a corporação, o chaveiro não teve ajuda e não recebeu financiamento de terceiros para realizar o ataque, que foi motivado por “extremismo político”.
Em março deste ano, um homem de 52 anos foi preso após tentar invadir o Supremo. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, o suspeito teria “proferido diversas ameaças, ofensas e hostilizações” contra os ministros.
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