O petista participou nesta quarta-feira (15) de um evento no Rio de Janeiro em comemoração ao Dia dos Professores. A cerimônia marcou o lançamento da Carteira Nacional de Docentes, que dará benefícios para a categoria.

Em um discurso com tom eleitoral, Lula também fez críticas àqueles que “defendem usar dinheiro para pagar juros”, uma referência aos críticos da gestão federal pelos gastos públicos.

“Quando nós criamos o Pé de Meia, é uma decisão política que você tem que tomar. Faz ou não faz. Sempre sofri pressão daqueles que acham que dinheiro tem que ficar guardado para pagar juros”, disse Lula.

“Custou praticamente R$ 10 bilhões para a gente fazer um programa para não deixar 480 mil jovens do ensino médio brasileiro desistirem da escola para ajudar no orçamento familiar. Se a gente não toma essa decisão, a gente ia gastar muito mais. Porque certamente muitos jovens seriam atraídos pelo narcotráfico e pelo crime organizado. E seria muito mais caro fazer cadeia do que escola.”

O presidente também fez críticas ao que chamou de ”sistema político e econômico” que coloca as pessoas em situação de pobreza. “Muita gente vai falar: ‘Lula só quer saber de cuidar de pobre’. Eu quero cuidar de pobre. Porque ninguém quer ser pobre. Quem coloca nessa situação é o sistema. Um sistema econômico e político que não foi criado por nós, e que a gente é vítima dele durante séculos.”

Lula defendeu a continuidade de políticas sociais, independentemente da alternância entre governos. “Política pública não pode voltar para trás. Não tem que ser política de governo, tem que ser política de Estado”, disse.

“Ninguém pode mexer na política que tem dado certo nesse país. Eu posso ir embora amanhã, mas o povo vai continuar”, completou o presidente, afirmando que “não faltará atitude da parte do novo governo para melhorar a educação”.

Sem dar detalhes, Lula também afirmou que vai anunciar ainda em 2025 a criação de uma universidade nacional indígena e uma universidade voltada para os esportes.

Por fim, Lula afirmou que tem pressionado o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), para incluir temas climáticos dentro do currículo escolar.

“Se a gente educar a criança, e essa criança tiver noção do que está acontecendo no nosso planeta — a questão da coleta de lixo, do desmatamento, de jogar veneno na nossa agricultura —, ela vai chegar em casa e ensinar o pai e a mãe a ser menos ignorante sobre o clima”, afirmou.