InícioMundoMaduro ofereceu riquezas da Venezuela aos Estados Unidos

Maduro ofereceu riquezas da Venezuela aos Estados Unidos

Publicado em

SIGA NOSSAS REDES SOCIAS

spot_img

Na expectativa de encerrar o atual conflito entre a Venezuela e os Estados Unidos, o regime chavista, liderado pelo ditador Nicolás Maduro ofereceu ao governo americano participação dominante no petróleo e em outras riquezas minerais do país sul-americano. A informação foi publicada pelo New York Times.

De acordo com o periódico americano, as discussões entre as administrações de Maduro e Trump durou meses, e a oferta venezuelana já estava nas mãos da Casa Branca, quando o governo americano acusou o ditador venezuelano de liderar um “cartel narcoterrorista” e posicionou navios de guerra no Caribe.

O acordo, recusado pelos EUA, envolveu uma proposta para abrir todos os projetos de petróleo e ouro existentes para empresas americanas, além de dar preferências de contratos a negócios aos americanos e reverter o fluxo de exportações de petróleo da China para os Estados Unidos. Os chavistas também propuseram reduzir os contratos de energia e mineração da Venezuela com firmas chinesas, russas e iranianas.

As ações dos EUA, que nos últimos meses têm atacado barcos venezuelanos considerados como embarcações de drogas, e as ameaças mais contundentes da Casa Branca contra o chavismo levam muitos a crer que o objetivo de Trump é a remoção de Maduro da liderança da Venezuela.

Uma das lideranças americanas mais ativas na pressão contra o governo venezuelano é o secretário de Estado dos EUA e conselheiro de segurança nacional, Marco Rubio. Ele já chegou a afirmar que Maduro é um governante ilegítimo e um “fugitivo da justiça americana”.

Entretanto, segundo o NYT, membros da diplomacia americana reconhecem que, mesmo com a abordagem “ríspida” de Rubio, esforços diplomáticos entre os dois países podem dar frutos, sobretudo pelo nível de importância da questão somado a outras prioridades da Casa Branca, como a guerra na Ucrânia, o comércio com a China ou até mesmo o programa nuclear do Irã — país que os EUA atacaram em junho desse ano.

Segundo o NYT, as informações são baseadas em entrevistas com mais de 10 interlocutores da diplomacia americana e integrantes de diversas facções venezuelanas.

Oficialmente, a Venezuela convoca reservistas, “respondendo” à escalada militar americana com a premissa de defender a “revolução socialista”, iniciada por Hugo Chávez nos anos 90. Ao mesmo tempo, a liderança chavista segue afirmando que permanece aberta a conversas com os americanos e continua aceitando voos dos EUA.

Nos bastidores, segundo o jornal, o discurso não permanece de pé e altos oficiais venezuelanos teriam oferecido as riquezas do país, na contramão do discurso nacionalista da ditadura chavista.

Enquanto Richard Grenell, oficial americano que conduz as negociações com os venezuelanos, tem progredido em temas econômicos, as conversas travam quando entra em discussão o futuro de Maduro na política do país sul-americano. Yván Gil, ministro das Relações Exteriores da Venezuela, afirmou no último mês que o ditador de seu país não negociaria sua saída.

Maduro segue à frente da ditadura mantida por ele, mesmo após uma eleição marcada por fraudes, repressão da oposição e manipulação de resultados.

Procurados, Grenell, o Departamento de Estado americano, a Casa Branca e o governo da Venezuela não responderam aos questionamentos feitos pelo NYT.

María Corina apresenta proposta econômica

Enquanto as negociações continuam, a principal opositora do chavismo e recente vencedora do Nobel da Paz, María Corina Machado, apresentou uma proposta econômica em Nova York, afirma o NYT.

Ela defendeu que as empresas americanas poderiam acessar riquezas econômicas ainda maiores que as oferecidas por Maduro — cerca de US$ 1,7 trilhão em 15 anos — caso o país voltar a ser uma democracia.

A assessora econômica de Corina Machado, Sary Levy, argumenta que acordos de investimento oferecidos por Maduro não se materializam sem democracia, estado de direito e liberdades individuais.

“O que Maduro oferece aos investidores não é estabilidade, é controle, controle mantido através do terror. A administração Trump mostrou uma clara intenção de não cair nessas ofertas de soluções fáceis”, afirmou Levy.

De acordo com o NYT, a Venezuela tem capacidade de produzir cerca de um milhão de barris de petróleo por dia — um terço do registrado na era Chávez.

Desses, a maior parte das exportações petrolíferas venezuelanas vão em direção à China. Do total, cerca de 100 mil barris de petróleo diários são vendidos à gigante americana Chevron.

Embora os especialistas concordem que os venezuelanos podem aumentar rapidamente a produção de petróleo com uma grande injeção de capital estrangeiro, apontam que isto não é alcançável durante a atual gestão.

“Nossa mensagem para as empresas de petróleo é: ‘queremos vocês aqui, certamente’. Queremos vocês aqui não produzindo migalhas de algumas centenas de milhares de barris por dia. Queremos vocês aqui produzindo milhões de barris por dia”, disse Corina a representantes corporativos americanos há cerca de quatro meses.

Trump já exigiu acesso a minerais de outros países em troca de apoio

O presidente americano, Donald Trump, já exigiu acesso a minerais da Ucrânia como “pagamento” do apoio americano na atual guerra enfrentada contra a Rússia.

O chefe da Casa Branca também frequentemente lamenta que os EUA não conseguiram o petróleo do Iraque após a invasão em 2003 e concordou ainda, em 2019, em manter tropas americanas em solo sírio com a condição de que seu país “ficaria com o petróleo.”

A reabertura do mercado de petróleo venezuelano, ocasionando no retorno das empresas americanas à Venezuela, poderia ser tentador para vários oficiais da Casa Branca, sobretudo, pelo país sul-americano ter uma das maiores reservas do mundo, além de possuírem significativos depósitos de gás natural, ouro, ferro, bauxita e coltan, um mix mineral que pode ser usado em baterias elétricas.

As propostas de Maduro chegaram ao setor privado americano, como forma de conseguir ainda mais argumentos na negociação com a Casa Branca.

Hoje, a Chevron detém todo o controle da exportação de petróleo e é a maior empresa americana atuando em solo venezuelano.

A americana ConocoPhillips, que deixou a Venezuela em 2007, é outro alvo dos venezuelanos, que buscam reparar relações com a companhia. Segundo o NYT, a tirania chavista tem negociado um acordo de comércio de petróleo até este ano com a Conoco.

Maduro e altos empresários americanos chegaram próximos de um avanço diplomático em maio deste ano e como sinal de boa vontade, Grenell, na época, liderou o retorno de criança venezuelana retida nos Estados Unidos após seus pais serem deportados, uma vitória celebrada por Maduro naquele mês.

Como retribuição, o governo venezuelano liberou um veterano da Força Aérea dos EUA preso no país.

Mesmo tendo hesitado em apoiar as conversas com Grenell pelas fortes relações da Venezuela com Rússia, Irã e China, Maduro passou apoiar a maioria das propostas da diplomacia americana.

@jornaldemeriti – Aqui você fica por dentro de tudo.
Fala com a gente no WhatsApp: (21) 97914-2431

Artigos mais recentes

PGR quer mudar regras de impeachment contra ministros do STF

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) na qual...

Fiz um jogo que reflete a solidão na era das redes, diz autor de games Hideo Kojima | Eu &

O lendário criador de games Hideo Kojima disse durante coletiva de imprensa...

Israel ataca o Líbano mirando alvos do Hezbollah

As Forças de Defesa de Israel (FDI) atacaram neste sábado (11) a vila de...

Lacuna no Estado de Calamidade: Prefeitura de São João de Meriti não publica o 3º decreto e valor da dívida chega a R$ 1,04...

São João de Meriti tem quatro decretos de calamidade financeira, mas o terceiro não aparece em nenhum registro oficial. Dívida já ultrapassa R$ 1 bilhão, segundo o TCE-RJ. O Jornal de Meriti promete cobrar todos os políticos e órgãos competentes até a verdade vir à tona.

MAIS NOTÍCAS

PGR quer mudar regras de impeachment contra ministros do STF

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) na qual...

Fiz um jogo que reflete a solidão na era das redes, diz autor de games Hideo Kojima | Eu &

O lendário criador de games Hideo Kojima disse durante coletiva de imprensa...

Israel ataca o Líbano mirando alvos do Hezbollah

As Forças de Defesa de Israel (FDI) atacaram neste sábado (11) a vila de...