A Inteligência Artificial (IA) é prioridade das empresas brasileiras para 2026. Segundo a pesquisa Panorama 2026, embora 77% das empresas afirmem que a IA é prioridade, a maior parte delas ainda investe pouco – apenas 2% do orçamento anual. Como consequência, 61% dos executivos ouvidos pelo estudo afirmaram que não perceberam um impacto relevante nos resultados. A falta de planejamento contribui para este cenário, uma vez que dados do Panorama RD Station 2025, apontam que 71% dos times de Marketing não atingiram suas metas em 2024 e 33% nem sequer tinham metas definidas. O interesse crescente pela IA mobiliza desde pequenos empreendedores até gigantes do setor. Mas contar com automatizações em IA deve preceder conhecimento de processos e do próprio negócio, para garantir que as integrações realmente agreguem de forma positiva para a organização. Neste cenário, o planejamento estratégico, que cria a visão sistêmica da liderança, mergulha nas tendências, revisa o modelo de negócios e abre a reflexão sobre as novas avenidas de crescimento, pode também identificar como a IA pode ser integrada para aumentar a produtividade e a competitividade.
Acontecimentos recentes contrapõem a crença de que a tecnologia fará tudo sozinha para os negócios. É o caso de uma grande consultoria que precisou devolver AU$ 439.000 (pouco mais de R$ 1,5 milhão, na cotação atual), como parte do pagamento referente a um projeto de governo, por erros atribuídos ao uso de inteligência artificial, incluindo citações e referências falsas. Um outro dado publicado, aponta que trabalhos mal feitos com IA estão destruindo a produtividade e podem custar até US$ 9 milhões por ano. Na outra ponta, a empresa criadora do Chat GPT, passou a oferecer serviços de consultoria em projetos corporativos, com valores a partir de US$ 10 milhães, demonstrando que a tecnologia por si só, não é suficiente e precisa de orientação estratégica para gerar valor.
Para a especialista em planejamento estratégico e design thinking, Graziela Bernardo, CEO da Recíproka, a verdadeira vantagem competitiva não está no acesso aos modelos de IA, mas em sua implementação estruturada e alinhada a um plano estratégico claro, baseado no pensamento crítico. “A Inteligência Artificial acelera análises, simula cenários e sugere caminhos, mas a decisão final continua sendo humana. É a visão crítica da liderança que transforma dados em escolhas inteligentes, orienta prioridades e define metas factíveis”, explica Graziela.
O desafio não é apenas tecnológico. Na era em que somos expostos ao volume de informação como nunca antes, o Fórum Econômico Mundial aponta a desinformação no topo dos riscos globais. Para Graziela, tal desinformação no dia a dia impacta na profundidade analítica, tão necessária ao bom planejamento.
“O bom julgamento nasce da reflexão, do debate e da construção coletiva. A IA ajuda a mapear dados e organizar informações, mas não substitui a capacidade de formular hipóteses de valor, de enxergar interdependências e de decidir com visão sistêmica”, reforça a especialista.
O futuro não espera e o fim do ano se aproxima Quando já é possível encontrar panetones à venda nas prateleiras, é inevitável a sensação de que o ano acaba mais rápido. Nesta reta final de 2025, o ideal para qualquer negócio, é que seu planejamento para o próximo ano esteja definido. Afinal, tal qual como o panetone que, nas prateleiras do varejo, acelera a sensação de final de ano nas pessoas, na gestão dos negócios a sensação da liderança é de que o calendário pode virar rapidamente, a concorrência acelerar suas estratégias e o plano, que ainda nem foi elaborado, correr o risco de não sair do papel em 2026. Em suma, se até o famoso panetone, que é marca registrada do Natal já está presente, o planejamento das empresas para o próximo ano precisa estar bem definido.
Nesse sentido, a especialista defende que as empresas fortaleçam ambientes de aprendizagem, desenvolvam senso crítico em suas lideranças e cultivem competências humanas – como empatia, colaboração e visão sistêmica. Só assim será possível transformar a velocidade oferecida pela IA em vantagem competitiva sustentável.
Para 2026, o recado é claro: o futuro não espera. A aceleração das megatendências, o amadurecimento da IA e a pressão competitiva exigem das empresas escolhas conscientes. “Planejar é deixar de ser refém dos acontecimentos. A tecnologia é uma grande aliada, mas sem visão crítica e estratégia bem desenhada, não entregará resultados”, conclui.
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