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empresário investigado doou R$ 100 mil ao PT

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O economista e empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, alvo da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF), doou R$ 100 mil ao Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições de 2022. Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, nesta segunda-feira (6), o empresário afirmou ter contribuído tanto com o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto com o Partido Progressista (PP), no mesmo valor.

Além das doações direcionadas aos partidos citados, Cavalcanti também mencionou na CPMI que fez doações de campanha diretamente a candidatos a prefeito e vereador dessas e de outras legendas em 2022.

O advogado também é investigado pela PF como operador financeiro de um dos principais beneficiários dos desvios do INSS. Cavalcanti é citado como “laranja” de um advogado que também figura entre os investigados.

Questionado pelo relator da CPMI, o deputado Alfredo Gaspar (União – AL), Cavalcanti justificou as transferências dizendo ser um democrata que gosta de “investir e ajudar não só amigos, mas bons projetos”, afirmando que não possuía “nenhum interesse, zero” nas doações. Ele ressaltou que todas as contribuições foram realizadas dentro da legalidade.

Segundo o empresário, a motivação para doar a ambos os partidos — PP e PT — foi a “polarização partidária que o Brasil estava vivendo”, o que o levou a querer “ajudar tanto a direita quanto a esquerda”.

Indagado sobre o tema, o deputado Rogério Correia (PT-MG) afirmou que as doações são “questões [do PT de] São Paulo”.

Além dos partidos mencionados, Cavalcanti afirmou ter feito doações que variam de R$ 50 mil a R$ 200 mil para candidatos a prefeito e vereador nas eleições de 2024.

Ele também contou ter cedido sua casa, localizada no Lago Sul, em Brasília, para um evento do PSD, e também disse ter doado um fusca ao governador Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, em razão do aniversário do chefe do Executivo do DF.

Durante coletiva de imprensa, o deputado Rogério Correia (PT-MG) – um dos membros da legenda da CPMI – confirmou que Cavalcanti fez as doações de campanha para candidatos do PT. “Doou para pessoas do PT que ele fez a doação. Tem que verificar isso, mas me pareceu ali que as doações de campanha [foram] para questões de São Paulo”, afirmou.

O parlamentar disse ainda que outras informações deveriam ser solicitadas ao PT Paulista. A reportagem fez o pedido de posicionamento na noite desta segunda-feira (06) e aguarda o retorno.

Também foram feitos pedidos de posicionamentos para as assessorias do PP e do PSD. Da mesma forma, a assessoria do governador do DF, Ibaneis Rocha, foi procurada nesta segunda-feira. A matéria será atualizada em caso de retorno das partes citadas.

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Fortuna e bens de luxo de Cavalcanti levantam suspeitas na CPMI

Durante o depoimento, Cavalcanti foi intensamente questionado pelo relator Alfredo Gaspar sobre a origem de seu patrimônio milionário, que teria crescido de forma exponencial a partir de 2018 — ano de criação de uma das empresas investigadas no esquema de descontos indevidos a aposentados e pensionistas.

Gaspar citou a renda declarada de Cavalcanti, de R$ 51 mil mensais em um grupo empresarial, mais R$ 5 mil em uma Assembleia Legislativa, e ironizou a dificuldade de “transformar R$ 51 mil em milhões de reais”.

O economista negou que essa fosse sua renda total e afirmou que também recebia participações nos lucros em um escritório de advocacia, do qual é ex-sócio, resultado de “trabalho árduo e crescimento exponencial do mercado jurídico”. Ele enfatizou que seu patrimônio é de “origem lícita” e “compatível com [suas] atividades profissionais e empresariais”.

Cavalcanti é o único sócio de uma empresa de investimentos com capital social de R$ 1 milhão, mas que concentra um patrimônio de alto valor. De acordo com informações prestadas à comissão, ela possui entre 21 e 23 veículos, incluindo uma Ferrari avaliada em R$ 4 milhões (financiada até 2027), três Mercedes-Benz, dez motocicletas e dois Cadillacs.

O empresário explicou que a empresa, com faturamento mensal entre R$ 3 milhões e R$ 7 milhões, era usada para emissão de notas fiscais, já que ele não podia figurar como sócio do escritório jurídico.

Na operação da Polícia Federal, foram apreendidos oito relógios de luxo, entre eles um avaliado em R$ 1,3 milhão, ainda em processo de pagamento e sem nota fiscal para declaração, além de cerca de cem rótulos de vinho de sua adega, estimados em R$ 7 milhões, dos quais ele permanece como fiel depositário.

Defesa nega ocultação de bens e relação com fraudes no INSS

Cavalcanti negou as acusações de ocultação de veículos, que motivaram sua inclusão no inquérito. Ele confirmou ter determinado a retirada dos carros de sua residência um dia antes da Operação Sem Desconto, mas afirmou que a decisão foi tomada apenas para evitar danos aos veículos, que estavam “expostos” e foram levados a estacionamentos comerciais.

O empresário também refutou veementemente ser “laranja” do advogado mencionado pela CPMI.

Atualmente afastado de suas funções, Cavalcanti afirmou que está promovendo a desvinculação de sociedades, como a consultoria que faturava cerca de R$ 20 milhões por mês, por exigências de compliance durante as investigações.

Ele reiterou não ter qualquer envolvimento com fraudes no INSS e declarou que seu crescimento patrimonial “não tem zero relação” com a criação da entidade mencionada pela CPMI.

Sobre o suspeito apontado como operador central no esquema, Cavalcanti afirmou que mantinha com ele apenas uma relação social, com almoços e festas em comum, e confirmou a movimentação de R$ 200 mil em sua conta, conforme consta em documentos judiciais.

“Nunca fui laranja nem operador de esquema”, afirma empresário

Durante a oitiva, Cavalcanti voltou a negar qualquer envolvimento no escândalo dos descontos. “O que tenho de conhecimento da relação [com os dois suspeitos no esquema citados pela CPMI] são esses empréstimos, que são pagos até hoje. Deixo registrado que nunca fui laranja, operador ou beneficiário de qualquer esquema. Minha atuação sempre foi de gestor. Os pagamentos por mim recebidos eram compatíveis com todas as funções que desempenhava na minha vida empresarial”, declarou à comissão.

Em 12 de setembro, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Cavalcanti, em Brasília. Na ocasião, foram apreendidos veículos de alto padrão — entre eles, uma Ferrari vermelha e uma réplica do carro de Fórmula 1 usado por Ayrton Senna —, além de relógios de luxo e dinheiro em espécie.

O economista e empresário afirmou que todos os veículos foram adquiridos com recursos próprios e de forma lícita. Segundo ele, a Ferrari está financiada “até 2027” e todos os bens apreendidos “foram conquistados de forma legal”.

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