Representantes da Armani procuraram compradores potenciais para uma participação minoritária no renomado grupo italiano de moda, disseram três fontes à Reuters, iniciando um leilão de fato por uma fatia de um dos impérios de moda mais conhecidos do mundo semanas após a morte do estilista. A L’Oréal está entre os que foram abordados, disseram duas das pessoas.
Até agora, licitantes de private equity não foram solicitados como compradores potenciais, disse uma dessas fontes e uma quarta pessoa. Espera-se que a Rothschild assessore a empresa em uma transação, de acordo com duas das fontes.
O grupo tem um vínculo com a firma de consultoria através de Irving Bellotti, um parceiro da Rothschild que integra o conselho da fundação Armani. As negociações estão em estágio inicial, entretanto, disse uma das pessoas, acrescentando que qualquer progresso pode levar meses.
A Reuters não conseguiu determinar quem realizou o contato em nome dos vendedores da empresa. As quatro fontes falaram sob condição de anonimato, pois o assunto é privado. O Grupo Armani e a Rothschild se recusaram a comentar. A L’Oréal, que possui um contrato de licenciamento com o grupo Armani até 2050, não respondeu a pedidos de comentário.
Em seu testamento, o falecido estilista italiano Giorgio Armani instruiu os herdeiros a vender uma participação inicial de 15% na casa de moda dentro de 18 meses após sua morte e, posteriormente, transferir uma participação adicional de 30% a 55% para o mesmo comprador ou buscar um registro no mercado.
Quem teria prioridade, segundo testamento de Giorgio Armani
O testamento diz que a prioridade deve ser dada ao conglomerado de luxo LVMH, ao gigante de cosméticos L’Oréal e ao fabricante de óculos EssilorLuxottica, com o qual a casa de moda mantém uma parceria comercial. Também pode ser concedido a outro grupo de “igual posição” identificado por uma fundação que o estilista criou para preservar seu legado, com o acordo do parceiro de negócios e de vida de Armani, Pantaleo Dell’Orco.
As três empresas mencionadas anteriormente emitiram declarações sugerindo que estavam abertas à possibilidade de um acordo. O testamento foi publicado no mês passado, após a morte do estilista em 4 de setembro. Ele lista seis tipos diferentes de ações com diferentes direitos de voto.
A fundação beneficente e Dell’Orco detêm respectivamente 30% e 40% dos direitos de voto da empresa, o que significa que, juntos, controlariam o grupo de moda com 70%. A fundação manterá uma participação de 30,1% em um registro de mercado ou em uma venda, diz o testamento. Dell’Orco, que também integrava o comitê executivo da fundação, não pôde ser contatado para comentário. Um representante da fundação Armani se recusou a comentar por e-mail.
Marca pode valer até 12 bilhões de euros
Giorgio Armani era o único acionista majoritário da empresa que criou há 50 anos e sobre a qual manteve um controle criativo e administrativo rigoroso. O potencial processo de venda está sendo acompanhado de perto, já que a marca continua sendo uma das mais icônicas da indústria da moda e poderia valer entre 5 bilhões de euros e 12 bilhões de euros (US$ 5,85 bilhões a US$ 14,05 bilhões), segundo estimativas de analistas.
As disposições do testamento são essencialmente vinculantes e poderiam ser contestadas judicialmente caso não sejam cumpridas, de acordo com a associação italiana de notários.
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