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O recente ataque de Israel no Catar, visando o Hamas, reavivou uma discussão antiga entre países islâmicos: a possibilidade de um acordo de defesa mútua semelhante ao tratado da Otan.

No último dia 17, a Arábia Saudita e o Paquistão assinaram um pacto militar numa reunião que passou despercebida em meio ao turbilhão de acontecimentos no mês, mas que tem a capacidade de remodelar as relações no mundo.

O príncipe herdeiro saudita, Mohammed Bin Salman, e o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, concordaram com um “Acordo Estratégico de Defesa Mútua”, o que, na prática, seria semelhante ao artigo 5 do tratado da Otan, que mobiliza todos os aliados contra um inimigo em comum, em caso de agressão.

Com um relacionamento de longa data, os dois países chamam atenção por duas particularidades: enquanto a Arábia Saudita, um país sunita, é considerada o “coração” do mundo islâmico, o Paquistão é a única nação muçulmana com potencial nuclear. Ambos os países possuem um histórico de tensões com o Irã.

O governo paquistanês esclareceu que sua dissuasão com as armas nucleares será ampliada aos sauditas com o acordo, mas outras nações islâmicas também já demonstraram interesse em se unir ao tratado, o que levanta a hipótese de formação de uma “Otan islâmica”.

O ataque israelense em Doha também levou líderes árabes a se reunirem emergencialmente para discutir “respostas”. Membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) – formado por Catar, Omã, Kuwait, Bahrein, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos – propuseram uma aliança militar regional mais abrangente, conforme comunicado na página oficial do grupo no último dia 18.

“O Conselho de Defesa Conjunto do CCG realizou uma reunião urgente em Doha para avaliar a situação de defesa dos estados do CCG e as fontes de ameaça à luz da agressão israelense contra o Estado-irmão Catar, e para instruir o Comando Militar Unificado a tomar medidas executivas necessárias para ativar os mecanismos de defesa conjunta”, dizia o comunicado. A nota coletiva deixou bem claro que um ataque contra o “irmão Catar” era um ataque “contra todos” do grupo.

Ministros de Defesa de países do Golfo também se reuniram nessa ocasião e concordaram em expandir o compartilhamento de informações e relatórios de segurança, principalmente os relacionados ao espaço aéreo. Ainda, defenderam a aceleração de estudos para viabilizar um novo sistema que alerta sobre a chegada de mísseis balísticos.

Nesse mesmo sentido, o Egito sugeriu a criação de uma aliança militar em reunião da Liga Árabe e da Organização da Cooperação Islâmica na semana passada. Em um discurso na ocasião, o primeiro-ministro do Iraque, Mohammed Shia al-Sudani, apelou por uma “abordagem coletiva” focada em defesa.

Alguns analistas sugeriram que o ataque de Israel no Catar destruiu uma ilusão de confiança do mundo árabe nos Estados Unidos.

Por outro lado, especialistas acham improvável a formação de uma espécie de “Otan islâmica” ou uma “Otan árabe” no momento.

Andreas Krieg, professor da Escola de Estudos de Segurança do King’s College de Londres, disse à emissora alemã DW que muitos países da região do Oriente Médio não estariam interessados em uma aliança militar nesse nível.

“Uma aliança no estilo Otan não é realista, porque envolveria os países do Golfo em guerras que eles não consideram vitais para seus próprios interesses. Nenhum governante do Golfo quer ser arrastado para um confronto com Israel em nome do Egito, por exemplo”, avaliou Krieg.

Cinzia Bianco, especialista em países do Golfo no think tank Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR), explicou à DW que uma possibilidade mais realista de uma aliança militar em formação no Oriente Médio seria no formato “6+1”, envolvendo os países do CCG, Turquia e Egito.

Para Bianco, essa relação não teria a mesma força do artigo 5 do tratado da Otan sobre defesa mútua, mas poderia ser focada em mecanismos de dissuasão para evitar novos ataques como o recente em Doha.

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