Uma das prioridades expressas do presidente Donald Trump em seu segundo mandato é a de tornar os Estados Unidos um país seguro novamente, visto que, segundo ele, seu antecessor Joe Biden deu passe livre a criminosos e terroristas para adentrarem no território americano por meio de uma política de fronteiras abertas.
Com isso, o americano tem concedido cada vez mais espaço – e investimentos – para o setor militar atuar dentro e fora dos Estados Unidos.
Recentemente, duas campanhas anunciadas por Trump chamaram atenção: o presidente defendeu o envio de membros da Guarda Nacional para estados democratas, com o objetivo de combater a criminalidade, e operações iniciadas no Caribe no contexto de combate ao narcotráfico proveniente da Venezuela.
Neste mês, Trump assinou uma ordem executiva autorizando o envio de tropas da Guarda Nacional para a cidade de Memphis, no Tennessee, onde, segundo ele, a taxa de criminalidade está crescendo, contrariando as tendências nacionais
Em 2023, segundo a Associated Press (AP), a cidade bateu um recorde com mais de 390 homicídios. Memphis é governada pelo prefeito democrata Paul Young, que rejeitou a iniciativa de Trump, apesar de ter concordado que a cidade ainda se mantém em listas “muito ruins”.
No anúncio da mobilização federal, o presidente não descartou o envio de tropas para outras cidades democratas. “Provavelmente, iremos para Chicago (no estado de Illinois), em seguida”, disse em coletiva na Casa Branca, citando ainda Nova Orleans (cidade de Louisiana), Baltimore (em Maryland) e St. Louis (no Missouri) como outras opções analisadas.
O governador do Tennessee, o republicano Bill Lee, informou nesta sexta-feira que essa mobilização federal deve chegar ao estado na semana que vem.
Em junho, Trump enviou mais de quatro mil soldados da Guarda Nacional e fuzileiros navais para a Califórnia em meio a protestos violentos contra o Serviço de Imigração dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês), medida que provocou a ira do governador californiano, o democrata Gavin Newson, e de governos aliados das principais cidades do estado, como Los Angeles, epicentro das manifestações.
Tensões com a Venezuela no Caribe
No cenário internacional, o presidente Donald Trump também tem aprovado iniciativas para uso da força militar. Em agosto, ele mobilizou a força naval americana para atuar no mar do Caribe, o que deu início a uma crescente tensão com o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela.
Enquanto Washington defende as operações com o objetivo de impedir a chegada de drogas provenientes de cartéis venezuelanos aos Estados Unidos, o ditador chavista considera a iniciativa militar uma “agressão”. Por isso, Maduro deu início a uma mobilização de suas bases, incluindo civis militantes do chavismo, para uma possível “luta armada” contra o “imperialismo”.
Os EUA enviaram ao menos oito embarcações de guerra à região no mês passado e um submarino de ataque rápido com propulsão nuclear, assim como mais de 4,5 mil militares, como parte de uma operação no mar do Caribe. Também enviaram caças F-35B de última geração a Porto Rico.
O governo do presidente americano, Donald Trump, acusa Maduro de liderar o chamado Cartel dos Sóis, apontado pelos Estados Unidos como uma organização terrorista ligada ao narcotráfico.
Na quinta-feira (25), o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, convocou uma reunião urgente vista como incomum com centenas de generais e almirantes espalhados pelo mundo.
A convocação coincide com a escalada das tensões com a Venezuela. Outra possível motivação, segundo o jornal The Washington Post, é a possiblidade de paralisação no Congresso em caso de desacordo sobre um orçamento provisório.
Autoridades dos EUA e organizações internacionais questionam legalidade das ações de Trump
Apesar da agenda presidencial ter como prioridade a Segurança Nacional, muitos tribunais dos Estados Unidos têm taxado algumas decisões da Casa Branca como ilegais.
Foi o caso do envio de soldados da Guarda Nacional para Los Angeles. No início deste mês, um juiz da Califórnia julgou que o presidente Trump violou a lei federal ao tomar a decisão.
“O julgamento demonstrou que os réus utilizaram sistematicamente militares armados (cuja identidade era frequentemente ocultada por armaduras de proteção) e veículos militares para estabelecer perímetros de proteção e bloqueios de tráfego, exercer controle de multidões e, em geral, demonstrar uma presença militar nos arredores de Los Angeles”, declarou o magistrado Charles Breyer.
No caso das operações contra as drogas provenientes da Venezuela, o debate girou dentro de mecanismos internacionais, como a ONU. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos condenou os recentes ataques em águas internacionais.
A Ong Human Rights Watch (HRW) também divulgou nota de repúdio aos episódios, classificados pela organização como “execuções extrajudiciais ilegais”.
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