O presidente do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, afirmou nesta segunda-feira (15) que, assim como ocorreu com a Rússia, Israel deveria ser proibido de participar de competições esportivas internacionais, após a suspensão inédita da última etapa da Volta da Espanha de Ciclismo devido à ação de ativistas pró-Palestina, que acusam os israelenses de “genocídio” na ofensiva contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.

“As organizações esportivas deveriam considerar se é ético para Israel continuar participando de competições internacionais. Por que expulsar a Rússia após a invasão da Ucrânia e não expulsar Israel após a invasão de Gaza?”, disse Sánchez, de acordo com informações da agência Associated Press. “Até que a barbárie acabe, nem a Rússia nem Israel deveriam participar de qualquer competição internacional.”

Desde a invasão à Ucrânia, em 2022, a Rússia está banida das principais competições internacionais de vários esportes, incluindo futebol, e nos Jogos Olímpicos de Paris, no ano passado, os poucos atletas russos participantes tiveram que competir sob uma bandeira neutra.

Sánchez fez as declarações no Congresso espanhol, na reunião dos grupos parlamentares socialistas, depois que ontem a etapa final da Volta da Espanha, que chegava a Madri, teve que ser suspensa devido a protestos anti-Israel em razão da guerra na Faixa de Gaza.

Manifestantes que se opunham à participação da equipe israelense Israel Premier Tech jogaram barreiras na rua e entraram em confronto com a polícia perto da linha de chegada. Duas pessoas foram presas e 22 ficaram feridas.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, criticou Sánchez. “Um antissemita e um mentiroso”, escreveu Sa’ar no X.

“Israel invadiu Gaza em 7 de outubro ou o estado terrorista do Hamas invadiu Israel e cometeu o pior massacre contra os judeus desde o Holocausto? Sánchez e seu governo comunista são antissemitas e inimigos da verdade”, afirmou o ministro, que em outro post acusou os socialistas espanhóis de “encorajar a violência” e de “normalizar a violência política”.

Sánchez já havia levantado a questão da proibição da participação israelense em eventos internacionais em maio, em relação ao festival Eurovision, ao defender que Israel fosse afastado do concurso musical, como foi feito com a Rússia, e de outros eventos semelhantes.