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Repressão recorde e restrições severas na Coreia do Norte

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A Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta sexta-feira (12) um relatório contundente sobre a Coreia do Norte, destacando que a situação dos direitos humanos no país “não melhorou ao longo da última década e, em muitos aspectos, se degradou”.

O documento, apresentado em Genebra, alerta para o endurecimento do controle estatal, a expansão da vigilância e a repressão sistemática contra a população. “Nenhuma outra população vive sob tantas restrições no mundo atual”, conclui o relatório, citando o testemunho de um refugiado que descreveu a estratégia do regime como uma forma de eliminar “até os menores sinais de insatisfação ou queixa”.

O relatório, que cobre o período de 2014 a maio de 2025, foi elaborado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) a partir de mais de 300 entrevistas com vítimas e testemunhas que conseguiram deixar o país.

A investigação confirma a continuidade dos campos de prisioneiros políticos, o desaparecimento de centenas de milhares de pessoas – incluindo estrangeiros da Coreia do Sul e do Japão – e a persistência da fome, agravada por políticas estatais que restringem mercados e atividades privadas.

Segundo o relatório, a repressão na Coreia do Norte se intensificou durante a pandemia de Covid-19, quando o regime de Kim Jong-un impôs ordens de “atirar para matar” nas fronteiras e reforçou o uso de tecnologia para vigiar os cidadãos. A liberdade de expressão desapareceu de vez no país, com leis que criminalizam o acesso a informações estrangeiras, prevendo até a pena de morte para quem compartilhe músicas, filmes ou programas de TV de outros países.

“O que testemunhamos foi uma década perdida”, afirmou o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk. “E me dói dizer que, se a Coreia do Norte continuar nesta trajetória, a população será submetida a mais sofrimento, brutal repressão e medo.”

O documento também denuncia o uso massivo do trabalho forçado, com destaque para as chamadas “brigadas de choque”, empregadas em setores perigosos como mineração e construção. Muitos dos trabalhadores são jovens pobres, órfãos e até crianças de rua, enviados para jornadas exaustivas em minas de carvão e outras atividades de risco. Ao mesmo tempo, a pena de morte foi ampliada para crimes menores, como tráfico de drogas e atos considerados contra o Estado.

O relatório pede uma ação coordenada por parte da comunidade internacional para responsabilizar o regime de Kim por crimes internacionais, inclusive com um encaminhamento ao Tribunal Penal Internacional (TPI), além de reforçar o princípio de não repatriação forçada de norte-coreanos que fogem do país.

“Dar estes passos traria ao povo uma medida de esperança de que um caminho para um futuro de maior liberdade, igualdade e direitos é possível”, declarou Türk, lembrando que especialmente entre os jovens há uma “clara e forte vontade de mudança”.

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